Ir direto para menu de acessibilidade.
Você está aqui: Página inicial > Todas as notícias > Notícias Principais > “Ser antirracista é se posicionar”: palestra no IFRS traz reflexões sobre a educação para as relações étnico-raciais
Início do conteúdo da página

“Ser antirracista é se posicionar”: palestra no IFRS traz reflexões sobre a educação para as relações étnico-raciais

Publicado: Segunda, 03 de Abril de 2023, 11h35 | Última atualização em Segunda, 03 de Abril de 2023, 11h36 | Acessos: 521

A ex-ministra Nilma Lino Gomes foi palestrante em evento da Assessoria de Relações Étnico-Raciais e fez reflexões sobre as relações étnico-raciais e a educação. Em sua fala, destacou que ser antirracista vai além de compreender a perversidade do racismo: é se posicionar nas relações interpessoais, na sociedade, nos espaços de trabalho. Confira no texto:

Reflexões sobre o compromisso da educação com as relações étnico-raciais e a importância de uma postura antirracista fizeram parte da atividade de encerramento do projeto de ensino do IFRS “Educação das relações étnico-raciais: capacitação e fortalecimento das políticas institucionais”. Aproximadamente 300 pessoas, entre servidores, estudantes e comunidade externa, participaram do evento, realizado no Campus Porto Alegre no dia 27 de março de 2023.

Nilma Lino Gomes, professora e ex-ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (no período de 2015 a 2016) foi a palestrante. Ela frisou que as relações étnico-raciais ajudam a aprofundar, problematizar e ampliar a noção do direito à educação. Para Nilma, em um país tão desigual como o Brasil, é preciso ter presente a perspectiva da diversidade, da inclusão e da não discriminação quando se busca uma educação como direito de todos.

Falou ainda da importância das condições dignas para assegurar o direito a estar na escola e observou: se não há saúde pública de qualidade, segurança cidadã, se há desemprego e fome, não é possível dizer que existe garantia do direito à educação. Como lembrou, várias situações indignas recaem principalmente sobre as pessoas pretas e pardas, e por isso é necessário vincular as relações étnico-raciais a esse debate.

“Quando falamos das relações étnico-raciais pelas lentes da emancipação, e não do racismo, visibilizamos essa tensa imbricação entre a presença negra e a desigualdade no nosso país e nos indignamos, e mais, nos posicionamos.” A professora explicou que ser antirracista vai além de compreender a perversidade do racismo: é se posicionar nas relações interpessoais, na sociedade, nos espaços de trabalho. “E esse posicionamento antirracista é para todas, todos e todes, e não somente para as pessoas negras.” 

 

Atividade de abertura

Na solenidade de abertura do evento, o reitor do IFRS, Júlio Xandro Heck, destacou a oportunidade de celebrar conquistas do IFRS, como a criação da Assessoria de Relações Étnico-Raciais (Arer), mas também de lembrar que ainda há muito a ser feito pela inclusão de negros nos espaços acadêmicos, nos laboratórios de pesquisa, nos projetos de extensão, nos cargos de gestão institucional. 

A assessora de relações étnico-raciais, Alba Cristina Salatino, salientou a agenda antirracista empreendida na instituição. Lembrou dos cursos realizados pelo YouTube durante a pandemia, com mais de mil inscritos, e de palestras e atividades formativas nos campi. “Para além de falarmos sobre racismo e dores, precisamos falar sobre educação para as relações étnico-raciais e estratégias de enfrentamento”, observou, adiantando que logo será lançada a Cartilha Antirracista do IFRS.

Alba coordenou o projeto de ensino “Educação das relações étnico-raciais: capacitação e fortalecimento das políticas institucionais”. A ação contou com recursos de emenda parlamentar da deputada federal Fernanda Melchionna, a qual também esteve na abertura do evento e recebeu uma menção de agradecimento pelo apoio.

Outra participante da mesa de autoridades foi a professora Petronilha Silva. Ela atuou como representante do movimento negro no Conselho Nacional de Educação e relatora do parecer das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Lei nº 10639/2003).

Logo após a fala das autoridades, ocorreu a intervenção artística “A voz da resistência preta”, encenada por estudantes do Campus Viamão. Os alunos foram aplaudidos de pé pelo público. O evento teve a realização da Arer e da Pró-Reitoria de Ensino.

Confira abaixo alguns registros em imagens e acesse o álbum completo de fotos do evento

 

 

Fim do conteúdo da página
ogle tag (gtag.js) -->